Por Vinícius Mahier
Sou um personagem.
Nunca suspeitaram deste plágio?
o copo cristalino me revela
o mijo da literatura,
desce mais uma rodada, hóstias
como tira-gosto.
Mijo,
sem vaso sanitário.
Teu romance foi assunto entre
batatas fritas.
Ali, eu tinha em mãos
toda a Comédia
e a tua obra, dentro dela, inconcebível,
manchas de gordura na braguilha avolumada,
onde não cabem ateus.
Mete logo a pica na garrafa.
Você tem que ser mau,
cheiro de cigarro
na bituca de um sermão.
falta unidade, eu sei,
o bezerro é da raça, cruzo com ele, doente,
e nada
de tango argentino, Mrs. Dalloway
(até a foz do rio negro
nada)
Se tudo acaba aqui,
prefiro ser esta garrafa de cerveja.
prefiro ser esta garrafa de cerveja.
Santa trilogia, não a bíblia.
Deus
é um best-seller.
Pausa. Aqui termina a farsa do inconsciente. Falamos de Marx? Goebbels? Benjamin? Olha, a experiência... Pega logo a cocaína, o mito, a porra, narra pros teus ossos tua quebra de carne, marinheiro. Aos camponeses, videogames. Participem, fundos.
Que autor encontramos, afinal?
Levanta-te e mete, como os outros,
enquanto ela te acena,
ou amputada,
suando,
do outro lado do copo.
Bebe. Lambe.
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