Draccon é romancista e roteirista
premiado pela American Screenwriter Association. Dragões de Éter nasceu
inspirado nas sombrias histórias de fantasia que marcaram sua infância, como a
lendária Caverna do Dragão. Atualmente, trabalha com produtores nacionais e
estrangeiros no desenvolvimento de roteiros cinematográficos e em universo de
suas séries literárias.
Entre os autores nacionais de
sucesso na literatura fantástica, Draccon traz uma linguagem leve em um
universo inédito, conquistando milhares de fãs no Brasil. O livro recentemente
ganhou uma edição em Portugal.
Título Original: Savages - Autor: Don Winslow - Tradução: Alexandre Martins - Editora: Intrínseca - Ano: 2012 - Páginas: 285.
Estreia
deste mês nos cinemas brasileiros, Selvagens
é uma adaptação do livro de Don Winslow, considerado o melhor livro do ano por
três jornais americanos. A editora Intrínseca não tardou a publicar a tradução
da obra que chegou às livrarias em Setembro.
Ben, Chon e Ophelia
são jovens amigos de vinte e poucos anos vivendo o sonho e as loucuras da
Califórnia. Juntos, os três fizeram uma pequena fortuna cultivando e vencendo
uma variedade especial de maconha, uma droga tão potente que desperta o
interesse do perigoso Cartel de Baja, no México. Quando Ben e Chon se recusam a
abrir mão de seu lucrativo negócio, os integrantes do cartel sequestram O.,
dando início a uma alucinante montanha-russa de reviravoltas e negociações.
Com
uma narrativa leve e assustadoramente verdadeira, Winslow nos traz uma perfeita
descrição das relações humanas atuais. Ele nos apresenta diversos personagens
capazes de transformar a cada página essa montanha-russa.
No
relacionamento dos protagonistas, Ben é o mais centrado, que pensa antes de
executar suas ações, denominado como o “Sr. Chega dessa Merda” e Chon é o
selvagem que a todo momento está pronto para matar, o “Sr. Vai se Foder”. Entre
essas duas personagens temos a figura feminina de O., aparentemente frágil e que se
mostra incrivelmente forte.
A
linguagem é bem atual com abreviações e gírias, usando às vezes dos artifícios
da diagramação para descrever as diversas situações das personagens.
“...
atirar nos filhos da puta.
Ele
sabe (sempre reflexivo) que há algo mais.
Talvez
esteja apenas doente e cansado, mas também está
doente
e
cansado
de
aparentemente tudo nos últimos
tempos. Ele sente
tédio
depressão
à
deriva na sua vida. Sem propósito, talvez porque
...
cava um poço no Sudão e os janjaweed
mesmo assim aparecem e atiram nas pessoas.”
Trecho retirado da página 56.
É um livro
inusitado e o leitor será incapaz de largar.
O autor,
Don Winslow é ex-detetive particular, consultor e autor aclamado de outros doze
romances, entre eles The Dawn Patrol, The
Winter of Frankie Machine, The Power of the Dog, California Fire and Life e The Death and Life of Bobby Z. Winslow
mora no sul da Califórnia.
Acredito
que em breve teremos mais obras dele publicadas por aqui.
Enfim,
minha avaliação final foi em 4 estrelas com uma indicação para os leitores de
todos os gêneros. Selvagens é
contemporâneo, inovador, “provocador, sexy,
sombrio e cativante”.
Para quem acompanhou o
post de terça-feira leu um pouco sobre a escritora americana J.R.Ward e
acredito que todos por aí já conheçam a sua série de sucesso “Irmandade da
Adaga Negra”. Li o primeiro volume da série, entretanto não escrevi resenha e
hoje deixarei aqui para aqueles que ainda não tiveram contato nenhum com as
obras uma breve sinopse do primeiro volume, “Amante Sombrio”:
Nas
sombras da noite, em Caldwell – Nova Iorque – desenrola-se uma sórdida e cruel
guerra, entre vampiros e seus carrascos. Há uma irmandade secreta, sem igual,
formada por seis vampiros defensores de sua raça. Ainda assim, nenhum deles
deseja a aniquilação de seus inimigos mais que Wrath, o líder da Irmandade da
Adaga Negra.
Wrath
é o vampiro de raça mais pura dentre os que povoam a terra e possui uma dívida
pendente com os assassinos de seus pais. Ao perder um de seus mais fiéis
guerreiros, que deixou órfã uma jovem mestiça, ignorante de sua herança e
destino, não lhe resta outra saída senão levar a bela garota para o mundo dos
não mortos.
Traída
pela debilidade de seu corpo, Beth Randall se vê impotente em tentar resistir
aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente, que visita todas as
noites envolto em sombras. As histórias dele sobre a Irmandade a aterrorizam e
fascinam. Seu simples toque faísca, um fogo que pode acabar consumindo a ambos.
Para os fãs do gênero é
um livro totalmente novo com situações e personagens inusitados em comparação
com outras sagas de vampiros. Nas resenhas dos volumes seguintes lidas em outros
blogs, percebi que Ward não deixa a desejar, criando um universo a cada
capítulo mais sombrio para os irmãos da Irmandade.
O livro é uma
publicação da editora Universo dos Livros com tradução de Jaqueline Valpassos.
Está quase completando um ano que comecei a escrever nessa página e sempre quis trazer
postagens novas diariamente e como o tempo é curto torna-se impossível
atualizar o blog. Provas de vestibulares chegando por aí e sabem muito bem o
quanto se faz necessário leituras técnicas e por isso pensei em criar essa
coluna juntamente com outra que vai estar disponível toda a quinta-feira.
O Autor da Semana tem em seu
objetivo trazer novidades nacionais e internacionais assim como nomes
consagrados da literatura em textos biográficos curtos e dicas de suas obras.
Espero que curtam.
Para começar escrevo para vocês
sobre uma das autoras mais queridas da atualidade com milhões de fãs espalhados
pelo mundo. Sua série de vampiros está entre os mais vendidos do New York
Times...
Estou falando, é claro, de
J.R.Ward.
Ward vive no sul dos Estados
Unidos com o marido incrivelmente solidário e seu amado golden retriever.
Depois de se formar em Direito, começou sua vida profissional na área da saúde,
em Boston, e passou muitos anos como chefe de gabinete de um dos mais
importantes centros médicos acadêmicos do país. Para ela, escrever sempre foi
uma paixão, e sua ideia de paraíso é passar um dia inteiro diante do
computador, só com seu cão e uma caneca de café.
É autora da série de vampiros
“Irmandade da Adaga Negra”.
Mais informações sobre a autora e
seus títulos publicados:
Título
Original: Die Verwandlung – Autor: Franz Kafka – Tradução: Calvin Carruthers – Editora: Nova Cultural – Ano: 2002 – Páginas:110.
“Certa
manhã, depois de despertar de sonhos conturbados, Gregor Samsa encontrou-se em
sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado de costas sobre a
própria couraça, e ao erguer um pouco a cabeça enxergou seu ventre marrom,
acentuadamente abaulado, com profundas saliências arqueadas, sobre o qual o
cobertor, quase escorregando, estava prestes a cair. Suas muitas pernas,
terrivelmente finas em comparação à largura do corpo, agitavam-se desamparadas
diante de seus olhos.”
Trecho
retirado da pág. 7
“A Metamorfose” de
Kafka é um livro de leitura fácil e sua narrativa é devorada em poucos minutos.
Com fortes críticas à sociedade, nos faz
refletir sobre os valores que nos sustentam prestativos em um mundo
capitalista. Em um primeiro momento o quis interpretar como uma distopia, porém
a realidade dos personagens não habita em um futuro disfuncional e sem
esperanças e está mais para o absurdo.
O início dá-se
exatamente como no trecho citado acima, Samsa acorda transformado em uma imensa
barata, incapaz de praticar sua rotina. Sustento da família, pai, mãe e irmã,
precisam enfrentar a realidade e controlar as finanças. O isolamento total do
protagonista em seu quarto denota a importância mórbida do ser humano em
valorizar o que lhe traz benefícios. Quando Samsa não pode mais exercer suas
funções trabalhistas é esquecido como um inútil.
A narrativa segue o
psicológico de Gregor em suas reações para com a família e muito além da ficção
descreve o trabalhador atual que teme as crises, a falta de emprego e o peso de
sustentar uma família.
Escrita em 1912 dois
anos antes do início da Primeira Guerra Mundial, a obra ainda continua sendo
atual. Trata da existência humana e da solidão diante da Modernidade.
Cinco estrelas. Hoje
não deixo uma indicação, acredito que todos precisam folhear essa obra, sem
exceção.
"Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a
cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério
abandonado. Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o
ouvido talvez pudesse até escutar o serno na solidão."
Assim começa a narrativa que conta a saga da família Terra, pequenos
estancieiros do Rio Grande do Sul, até se transformar numa das famílias mais
influentes da cidade de Santa Fé, a família Terra Cambará. Ao mesmo tempo temos
a história do próprio estado sulista, desde Os Sete Povos das Missões,
aldeamentos fundados pelos Padres Jesuitas e localizados em área originalmente
pertencente à Coroa Espanhola até a época do Estado Novo;
passando pela Guerra do Paraguai, pela Revolução Farroupilha e pela
influência dos imigrantes europeus na região.
As figuras femininas são particurlarmente fortes nessa trajetória. Ana
Terra, Bibiana e Maria Valéria cuidam da casa e das crianças, mantendo a
família em segurança enquanto os homens fazem a guerra e se envolvem em
disputas políticas, afinal trata-se de uma região de fronteira e com o país
ainda em formação.
Érico Veríssimo é um autor sóbrio com um estilo narrativo fluente e
agradável, ele constrói uma histórica lírica e heróica. Em meio a batalhas e
entreveros, disputas políticas, idealismo, paixões, encontros e desencontros,
traça um painel da história da Região Sul do Brasil, com seus hábitos e sua
cultura própria.
"'Sempre que me acontece alguma coisa importante está ventando' -
costumava dizer Ana Terra. Mas entre todos os dias ventosos de sua vida, um lhe
ficara para sempre na memória, pois o que sucedera nele tivera força de
mudar-lhe a sorte por completo. (...) Ana Terra era capaz de jurar que aquilo
acontecera na primavera, porque o vento andava bem doido, empurrando grandes
nuvens brancas no céu, os pessegueiros estavam floridos e as árvores que o
inverno desira, se enchiam outra vez de brotos verdes."
Essa é uma das minhas passagens preferidas do livro e ao longo de toda a
narrativa o vento é citado, pontuando os momentos mais significativos e
importantes da narrativa.
Érico Veríssimo não glorifica os comportamentos tipicamente associados
ao gaúcho, tais como o machismo exacerbado, é antes de tudo um crítico dessa
identidade mas abraça o ideal gauchesco do destemor e da luta pela
liberdade.
Título Original: A Game of
Thrones: The Graphic Novel: Volume 1 – Tradução: Bruno Dorigatti e Guilherme Costa
– Editora: Barba Negra – Ano: 2012.
A aclamada Saga “As Crônicas de
Gelo e Fogo” do autor George R. R. Martin já foi adaptada para a televisão pela
HBO e agora chega no formato de Graphic Novel, um quadrinho de luxo, como diria
o próprio autor. Isso aqui no Brasil, onde a edição reuni os seis primeiros
volumes públicos nos Estados Unidos.
Nessa adaptação temos um prefácio
de Martin que desenvolve um pouco da sua visão sobre esse novo segmento de sua
saga. Ele nos fala dos quadrinhos e ainda relata suas experiências de leitura
quando criança. Percebemos o quão grandioso se tornou Westeros e como é uma
missão quase impossível levar esse mundo a outras mídias.
Para quem já leu a obra percebe
de fato os diversos cortes que os adaptadores precisaram fazer para obter esse
resultado. A Guerra dos Tronos é um livro extenso, com milhares de personagens
e situações adversas em um mundo impecavelmente criado.
A magia da Graphic Novel está nas
imagens e nos movimentos que o ilustrador Tommy Patterson foi capaz de criar
nos personagens. Uma parte que foi capaz de me arrancar suspiros foi o tombo de
Bran da torre do castelo.
Os personagens ganham
características originais, totalmente distintas da série de televisão. Isso,
digo quanto à fisionomia, pois o caráter continua o mesmo. Se você já leu o
romance com certeza vai se surpreender novamente com a força dessa história.
Por fim, a edição ainda possui um
Making Of com comentários da editora da série, Anne Groel, o ilustrador Tommy
Patterson e o roteirista Daniel Abraham. Acompanhamos aqui como foi o processo
criativo.
Aos fãs da saga fica mais do que
recomendado e para quem ainda não leu os romances é um bom começo. Depois da
leitura vai correr para desvendar os mistérios de Westeros. Cinco Estrelas.
Esse é um grande momento para o
blog, apresentar aos leitores uma nova colunista. Tenho certeza de teremos um
novo olhar sobre a literatura em postagens brilhantes pelo material que recebi
antecipadamente.
Conheçam então a nossa nova
colunista: Maria Cristina Azevedo Aragão
"Conversando com o Renan
pelo Twitter outro dia, ele me perguntou se eu já pensei em escrever sobre
livros. E eu sem nem pensar muito disse sim, uma resposta direta, curta e não
inteiramente verdadeira, não intencionalmente, é claro. Eu sou basicamente uma
leitora, sempre fui. Aprendi a ler ao cinco anos e desde então eu leio todos os
livros que me caem nas mãos. Dificilmente eu abandono uma leitura, quando o
livro não bate bem com o meu momento, eu simplesmente o deixo de lado por algum
tempo e depois volto a ele. E se mesmo assim não achar tão legal assim eu
sempre tento terminar de ler, confesso que às vezes pulo algumas passagens, mas
vou até o fim; sempre.
Eu tenho literalmente centenas de
livros, e li muitos mais, alguns eram emprestados de amigos ou bibliotecas,
outros eu li e depois me desfiz, dei ou troquei. Me arrependo de ter dado
alguns livros que gostaria de ainda ter comigo, tal como um livrinho que foi a
minha primeira leitura, contava a história de dois gatinhos (Pompom e Mimi, sim
eu me lembro até hoje).
Sim, eu amo livros e agora estou
pensando em escrever sobre eles, material eu sei que não falta, a grande
questão é: Será que eu consigo?"
Agradeço muito por ter aceitado o
convite e te desejo boa sorte com seus escritos.
Para quem quiser conhecer um
pouquinho mais de Cristina – Ainda não disse como prefere ser chamada –, vou deixar
o link de suas redes sociais logo abaixo: