Resenha - Ahmnat - os amores da Morte

Título: Ahmnat - os amores da Morte - Autor: Julien de Lucca - Editora: Gutenberg - Ano: 2011 - Páginas: 368

Não é novidade para ninguém a dificuldade de um escritor nacional ver o seu trabalho publicado. As editoras são bem rígidas em suas avaliações (como realmente precisam ser para entregar aos leitores algo de qualidade) e muitas vezes acabam por ignorar os talentos da nossa literatura atual.

Quando começo a ler um livro nacional espero muito dele, ainda mais se for publicado por uma editora tradicional, ou seja, que não compra simplesmente um serviço ao autor. O livro da resenha de hoje é uma publicação da editora Gutenberg, cujo catálogo nos apresenta alguns autores nacionais, como Paula Pimenta, Leila Reigo e Douglas MCT (esses são alguns que eu conheço).

Eis que aparece na biblioteca onde trabalho um exemplar de Ahmnat – Os amore da Morte de Julien Lucca, logo o peguei para ler. Então vamos lá para uma rápida sinopse:

O que pode acontecer quando Morte e Destino brincam com o sentimento mais perigoso? Ahmnat é uma garota egípcia que, após uma vida cheia de turbulências, tristezas e mágoas, assume o cargo de Morte e passa a viver entre este mundo e o além-vida. Porém ela não está sozinha. Logo conhece Destino, responsável por escrever as vidas mortais, que fica surpreso e abismado ao vê-la no lugar de poderosa entidade. Destino propõe, então, um sádico jogo a Ahmnat: criará dez vidas mortais, humanos bem especiais, para tentar fazê-la se apaixonar por eles. Se Ahmnat se apaixonar por qualquer um, ela volta para a Terra como mortal novamente, dando a oportunidade de Destino reescrever sua vida. Caso contrário, será Destino quem se tornará mortal, permitindo que Morte venha buscá-lo pessoalmente.

Como disse acima espero muito de um livro nacional e esse acabou por me decepcionar. O livro tinha tudo para ser minha melhor leitura desse ano. O autor nós descreve uma história nova, como situações, cenários, personagens bem diferentes de tudo que já li. Até aí tudo bem. Adoro temas relacionados a Morte e quando essa é nossa protagonista se torna ainda melhor. Vejamos o livro, A menina que roubava livros, brilhante.

Ahmnat, nossa garota egípcia que se transforma em Morte, vive por milênios levando os seres humanos para a outra dimensão. Para mim lhe faltou personalidade, algo a mais do que uma simples menina ciumenta dos romances de Sparks. Isso foi um dos fatos que mais me incomodou durante a leitura.

A narrativa é estagnada e quando você avança na leitura parece que nunca terá um clímax e quando este acontece vem uma simples pergunta: What? Aonde se encaixa tudo que aconteceu anteriormente? (Digo isso sob o meu ponto de vista da história).

Eu não gostei. Tentar criar uma história que vai do Antigo Egito a São Paulo de 2004 em 300 folhas deixa um monte de buracos para trás. Só para constar, a editora fez um bom trabalho com o mínimo de erros ortográficos e uma diagramação muito boa.

Uma estrela. Não vou indicar a ninguém, pois não quereria uma indicação assim para mim.