sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Entrevista com Nanuka Andrade


(Vizinhos Literários) O que é mais difícil na composição de um trabalho, a escrita ou a figuração das personagens? 

No meu modo de ver, quando se escreve, a preocupação  em deixar as personagens e a história críveis reflete no cuidado com o texto. Em alguns momentos, um fator pode pesar mais do que o outro, mas essencialmente a dificuldade é a mesma.



(Vizinhos Literários) Quais foram e são suas principais influências? 

Minhas principais influências na literatura, foram os textos de Ganymédes José, Monteiro Lobato, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll e Jack London. No desenho, Maurício de Souza, Ziraldo e Walt Disney.  


(Vizinhos Literários) Para os leitores de "Camundo- O Desenho e a Sombra" o que esperar da sequência?  

Como ainda estou a escrever, pretendo dar continuidade a alguns pontos que não foram resolvidos na primeira história, além de acrescentar personagens novas. Camundo vai ter um grande desafio pela frente ao aceitar participar de um Congresso de Pictomancia, e a ação sai de Curitiba (PR) e se transfere para S. Paulo.   


(Vizinhos Literários) Encontramos hoje no Brasil muitas editoras que estão abrindo espaço para os escritores nacionais e vem trazendo livros de qualidade. Como foi o seu processo de aceitação?


Soube que a editora Underworld estava precisando de capistas, e então ofereci meus préstimos como ilustrador, enviando a arte do Camundo. Houve interesse pelo manuscrito também, e depois de algum tempo, o material foi aceito. 




(Vizinhos Literários) Saindo um pouco do foco literário, se seus livros fosse transportado para as telas do cinema, possui um diretor com quem melhor confiaria?  

Seria mesmo uma experiência curiosa. Gosto muito de cinema, e se fosse escolher um diretor, seria o brasileiro Cao Hamburguer. 


(Vizinhos Literários) Quando realmente descobriu que queria escrever um livro e como surgiu "Camundo"?

Bom, sempre fui apaixonado por livros e ilustrações, e talvez por ter acesso aos livros desde muito pequeno, isso motivou a me enveredar nas duas expressões. Sobre o Camundo, a ideia inicial surgiu em 2004, enquanto assistia a um seriado norteamericano chamado Early Edition. Antes, o personagem já existia em forma de desenho, porque pensava em fazer uma novela gráfica com ele. Mas o tema era outro. Uma espécie de detetive mirim. 



(Vizinhos Literários) Além das várias novidades que temos acompanhado nas redes sociais, tem mais planos para 2012?


Por enquanto venho focando nos livros, mas também em histórias em quadrinhos, outra expressão de que sou muito apaixonado também!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Revirando Acervos - Nacionais

Destino Íntimo - Gisele Galindo

O que fazer quando o mundo acaba?

     Essa pergunta permeia o leitor e durante toda a leitura e fica difícil de não pensar nas possibilidades que os personagens da história nos impõem.
     O enredo de Destino Íntimo passa após uma catástrofe que assola o planeta Terra. Os únicos sobreviventes estão sozinhos, abalados seja psicológico ou fisicamente. Eles precisam a cada passo aceitar as perdas recorrentes e lutar pela vida que ainda lhes restam. Na narração temos Luna, a personagem central e que entra suas características podemos citar a forte presença da figura feminina. Ela apaixona-se, desconfia, protege, erra... No seu encalço encontramos Léo e André pelos quais seus sentimentos estarão sempre conturbados.
     Nessa nova fase da literatura nacional onde vemos uma crescente demanda do gênero de fantasia, Gisele nos traz uma saga arrebatadora capaz de extinguir o mero gesto de piscar os olhos. A intensidade com que os acontecimentos desenrolam toma-nos de surpresa, a fazer voltar a leitura para certificar do ocorrido. A autora ainda usa de uma linguagem quase poética para narrar seus personagens.
     As considerações ficam quando pensamos em cenário. Por mais que o mundo tivesse acabado e tudo meramente destruído ainda sim há falta de uma profundidade dos personagens quanto ao que os rodeava. A obra se torna mais criativa ainda quando temos o Brasil como traço marcante, seus costumes, sotaques... Quanto a narração, é apresentado várias visões em um mesmo capítulo, inicialmente confuso em primeira e segunda pessoa. Entretanto quando nos acostumamos aos personagens tudo só tem a agregar na leitura. Não ficar preso somente à perspectiva de Luna traz uma amplitude quanto aos demais.
     No mais, o livro traz todos os ingredientes de uma saga fantástica, perigo, amor, aventura, suspense, habilidades sobrenaturais e agora o que podemos fazer é esperar o próximo volume ansiosos com o que poderá acontecer aos personagens. 

Sobre a autora:

Gisele Galindo é graduada em Jornalismo. Já atuou como atriz de peças de teatro e também em curta-metragem para televisão. Começou sua caminhada literária através da poesia. depois escreveu roteiro para teatro e série de TV. Ama escrever, atuar, ler, cantar, pintar em tela, se inspirar com músicas e filmes. enfim, sua paixão é criar. A mente não para, vive a mil. Define a si mesmo como uma aventureira das letras, suas formas sabores, aromas e encantos. O livro um de D.I., como gosta de chamar carinhosamente a série, é sua primeira obra a ser publicada.