segunda-feira, 14 de maio de 2012

Uma breve biografia de Virginia Woolf

“A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.”
                                                                                                                 Virginia Woolf

Nos últimos dias tenho falado bastante sobre a Virginia Woolf no meu Twitter e como estou deslumbrado com sua capacidade de transformar o mundo literário de quem a lê. Muito próprio então, apresento a vocês um pouquinho sobre ela e no decorrer da semana teremos algumas postagens especiais. Espero que curtam.

Nome completo: Adeline Virginia Woolf
Nascimento: 25 de Janeiro de 1882 em Londres, Inglaterra.
Morte: 28 de Março de 1941 (59 anos)
PrincipaisTrabalhos:  To the Lighthouse, Mrs. Dalloway, Orlando: A Biografia, A Room of One’s Own.

Virginia Woolf foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo.
Woolf era membro do Grupo de Bloomsbury e desempenhava um papel de significância dentro da sociedade literária londrina durante o período entre guerras. Seus trabalhos mais famosos incluem os romances Mrs.Dalloway (1925), Passeio ao Farol (1927) e Orlando (1928), bem como o livro-ensaio Um Quarto Só Para Si (1929), onde se encontra a famosa citação "Uma mulher deve ter dinheiro e um quarto próprio se ela quiser escrever ficção".

Biografia
Estreou na literatura em 1915 com um romance, The Voyage Out (A viagem, em português), e posteriormente teria realizado uma série de obras notáveis, as quais lhe valeriam o título de "a Proust inglesa". Faleceu em 1941, tendo cometido suicídio.
Virginia Woolf era filha do editor Leslie Stephen, o qual deu-lhe uma educação esmerada, de forma que a jovem teria frequentado desde cedo o mundo literário.
Em 1912, casou-se com Leonard Woolf, com quem funda, em 1917, a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. Virginia Woolf apresentava crises depressivas. Em 1941, deixou um bilhete para seu marido, Leonard Woolf, e para a irmã, Vanessa. Neste bilhete, ela se despede das pessoas que mais amara na vida, e comete suicídio.
Virginia Woolf foi integrante do grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais que, após aPrimeira Guerra Mundial, se posicionaria contra as tradições literárias, políticas e sociais da Era Vitoriana. Deste grupo participaram, dentre outros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e John Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.
A obra de Virginia é classificada como modernista. O fluxo de consciência foi uma de suas marcas mais conhecidas e da qual é considerada uma das criadoras.
Suas reflexões sobre a arte literária - da liberdade de criação ao prazer da leitura - baseadas em obras-primas de Conrad, Defoe, Dostoievski, Jane Austen, Joyce, Montaigne, Tolstoi, Tchekov, Sterne, entre outros clássicos, foram reunidos em dois volumes publicados pela Hogarth Press em 1925 e 1932 sob o título de The Common Reader - O Leitor Comum, homenagem explícita da autora àquele que, livre de qualquer tipo de obrigação, lê para seu próprio desfrute pessoal. Uma seleta destes ensaios, reveladores da busca de Virginia Woolf por uma estética não só do texto mas de sua percepção, foi reunida em língua portuguesa em 2007 pela Graphia Editorial, com tradução de Luciana Viegas.

Suicídio
No dia 28 de Março de 1941, após ter um colapso nervoso Virginia suicidou-se. Ela vestiu um casaco, encheu seus bolsos com pedras e entrou no Rio Ouse, afogando-se. Seu corpo só foi encontrado no dia 18 de abril.
Em seu último bilhete para o marido, Leonardo Woolf, Virginia escreveu:
                Querido,
       Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos. V.         
Encontra-se sepultada em Non-Cemetery, Sussex na Inglaterra.


“Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.”
                                                                                                                             Virginia Woolf


Fonte: Wikipédia

12 comentários:

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    1. Muito obrigado e agradeço por sempre estar visitando o blog.

      Atenciosamente,
      R.S.Merces

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  2. O filme As Horas retrata um pouco da vida dessa grande mulher. Até a parte do suicidio é mostrada de forma poética.
    Uma mulher a frente do seu tempo, retratada da melhor forma possivel.
    Creio que qualquer homenagem que seja feita, será pouco para definir quem realmente foi Virginia...
    Parabens pelo post......iniciativas assim demonstram o quanto temos que valorizar escritoras desse porte..

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    1. Boa tarde,

      Assisti ao filme ontem. Depois de conhecer um pouco sobre a Virginia, fiquei meramente deslumbrado. Comecei a ler suas obras e a cada páginas sinto como se pudesse flutuar na narrativa.

      Muito Obrigado por comentar e durante essa semana farei vários posta sobre essa mulher incrível.

      Atenciosamente,
      R.S.Merces

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  3. Conheço a história de Virgínia, meio que li sobre autores que são clássicos, pena que a maioria termina de forma trágica, como ela. Ótima postagem, bj!

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  4. Eu amo essa escritora! Deu saudade de ler os textos dela, agora! ainda não assisti ao filme.... adorei a forma como vc esmiuçou a vida dessa grande poeta!

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    1. Comecei a ler os livros dela e é de uma narrativa incrível, muito bela para nossa consciência.

      Obrigado por comentar Lilian.

      Atenciosamente,
      R.S.Merces

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  5. Olá!

    Que maneira triste e dramática que perdemos uma autora tão boa quanto esta. Imagino a cena de seu marino chegando em casa e lendo esta carta, deve ter sido muito triste para ele...
    Até em sua morte, a sua escrita foi impecável!!

    Quero ler logo algo dela, muito ansioso...

    Muito interessante tudo!
    David.H.S

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    1. Boa Tarde David,

      A leitura das obras de Virginia Wool, venho concluindo que é necessária para todos os amantes da literatura inglesa. Quanto ao suícidio, uma biografa da autora disse que foi mais um ato de coragem, poi Woolf não estava conseguindo viver, ler e nem escrever, como ela mesmo disse na carta.

      Muito Obrigado por comentar.

      Atenciosamente,
      R.S.Merces

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  6. Nem sempre é importante conhecer a vida dos autores, mas para entender melhor certos autores, saber pelo menos um pouco de suas biografias é fundamental, creio que esse é o caso de Virginia Woolf. Conhecer seu sofrimento e sua vivência esclarece bastante sobre certas carctrísticas e permite um aprofundamento na sua obra.

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    1. Boa tarde Cris,

      Realmente preciso concordar com você quanto a isso. A partir do momento que conhecemos a vida de Virginia Woolf e lemos seus livros percebemos muitos de seus conflitos refletidos em suas personagens, como é o caso de Mrs. Dalloway, retratata no filme As Horas. Confira resenha do filme aqui no blog.

      Muito Obrigado por comentar.

      Atenciosamente,
      R.S.Merces

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  7. Nossa! Que interessante! Não conhecia muito sobre ela.

    Beijo,
    www.estanteseletiva.com

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