Título Original:
Divergent – Autor: Veronica Roth – Tradução: Lucas Peterson – Editora: Rocco –
Ano: 2012 – Páginas: 504
Divergente chega num momento que
vemos um grande número de títulos de distopias sendo publicados em todo mundo.
Depois da aclamada série Jogos Vorazes de Suzanne Collins e Feios de Scott
Westerfeld parece que o estilo tem chamado a atenção dos leitores. Recentemente
li numa revista literária uma reportagem que dava destaque para a distopia:
“As distopias – ou antiutopias –,
mas do que nos mostrarem um futuro disfuncional ou totalitário parecem querer
nos dizer que os caminhos do ultramente correto e do perfeitamente encaixável
na sociedade moderna são o que pavimentam a estrada para terror em um futuro
assustadoramente perfeito.” De Janaina M. Cerutti
Em uma Chicago do futuro os seres
humanos são organizados por cinco facções, Abnegação, Amizade, Audácia,
Franqueza e Erudição, cada qual com suas características.
“Na mesa da Abnegação,
permanecemos sentados em silêncio enquanto esperamos. Os costumes das facções
ditam até como devemos nos comportar nos momentos de inatividade e estão acima
das preferências individuais. Duvido de que todos da Erudição queiram estar
sempre estudando, ou que todo membro da Franqueza aprecie um debate acalorado,
mas, como eu, eles não podem desafiar as normas de suas facções.”
Trecho retirado da página 15.
Aos dezesseis anos todo mundo
passa por testes que vão determinar para qual facção tem maiores aptidões na hora
da escolha. Beatrice, a nossa protagonista, possui resultados inconclusivos no
teste. O que chamam de Divergente. Ela fica dividida entre permanecer na facção da
família, a Abnegação, ou abandoná-los.
Roth nos apresenta um futuro cruel,
sem muitas esperanças, desigualdades sociais e um retrato dos efeitos
tecnológicos no ser humano. Na minha opinião, faz uma forte critica as classes
sociais que hoje acabam por determinar o quanto uma pessoa é importante para
uma sociedade.
O livro é narrado em primeira
pessoal, com a voz feminina de Beatrice, incrivelmente forte, determinada e
corajosa. Este é o ponto em perdemos alguns detalhes da trama e de como a
sociedade foi parar naquela situação. Talvez a autora explore mais de seu
futuro nos próximos livros da trilogia.
Minha nota final ainda foi
quatro, somente por esse detalhe da falta de alguns “detalhes” importantes.
Contudo o livro é muito bom, de uma leitura rápida e capaz de arrebatar-nos
para questionamentos sobre como poderá ser nosso futuro daqui por diante.
Deixo uma recomendação para quem,
como eu, já se apaixonou pelas distopias e não consegue mais deixar de buscar
por um livro do sucesso editorial atual.